Especialistas debatem impactos da Covid-19 e caminhos para atenuar a crise

13 de abril de 2020 - 2 min de leitura

por: Equipe FGV Clear

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Pesquisadores da FGV participaram do debate online “Impactos das medidas econômicas relacionadas à Covid-19”, organizado pela FGV EESP

A Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP) organizou na noite da última segunda-feira (06/04) um seminário online sobre a crise ocasionada pelo novo coronavírus e os impactos das medidas econômicas para lidar com a situação. Os pesquisadores frisaram a gravidade da momento e apontaram possíveis saídas e medidas para reduzir os impactos da Covid-19 na vida e saúde das pessoas e na economia do país.

Fizeram parte do debate André Portela, Marcelo Kfoury Muinhos e Marcio Holland, da Escola de Economia de São Paulo (EESP) da FGV, e Rudi Rocha, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da FGV. A mediação ficou com Priscilla Tavares, da FGV EESP. Além de exporem suas avaliações sobre o cenário atual, os especialistas responderam a questões do público. Assista ao debate completo:

“Precisamos antes de tudo salvar vidas e ganhar tempo para preparar nosso sistema de saúde a absorver o aumento de demanda que vai acontecer agora. Para ganhar tempo, precisamos da quarentena”, destacou André Portela, que também é coordenador do FGV EESP Clear. Ele alertou para a necessidade de proteger os trabalhadores informais, sem fonte de renda durante a crise. Portela sugeriu permitir a autodeclaração daqueles que precisam de auxílio. “Ao admitirmos a autodeclaração, nós garantimos que quem precisa vai ter. Tem o risco de pessoas não elegíveis se declararem como elegíveis, mas é um risco que devemos correr para chegar às pessoas que de fato precisam”, explicou.

O professor Marcio Holland criticou a demora na implementação de medidas econômicas para permitir o sustento das pessoas e a continuidade das empresas durante a crise. “As pessoas estão precisando de renda. Da perspectiva das políticas para sustentar os empregos e as empresas, vieram muito lentamente e de forma altamente desarticulada. A equipe econômica não está com a mesma leitura do Ministério da Saúde”, afirmou.

Marcelo Kfoury Muinhos criticou a proposta do isolamento vertical, voltado apenas para as pessoas nos grupos de risco: “Acabar com o isolamento horizontal e fazer isolamento vertical agora é uma balela. Quem vai, numa situação dessa, ir ao cinema ou ir ao restaurante? Enquanto não voltar a confiança nas pessoas de que é saudável sair, a economia vai ficar muito reprimida. É melhor enfrentar de uma vez esse vírus do que ficar essa situação de baixa confiança por um longo período”.

“A entrada na crise foi extremamente rápida. A saída não vai ser. Mais do que tudo, a gente vai ter de acumular conhecimento nesse mar de caos conjuntural”, avaliou Rudi Rocha.

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