Avaliação Participativa: O que é?

20 de setembro de 2024 - 2 min de leitura

por: Equipe FGV Clear

Tags: Avaliação M&A participativa Políticas públicas

Nicole Mourad Pereira, pesquisadora do FGV EESP CLEAR e mestre em Administração Pública e Governo pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP); e, Priscilla Bacalhau, pesquisadora do FGV EESP CLEAR e doutora em economia pela Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP)

A Avaliação Participativa combina metodologia e ferramentas de monitoramento e avaliação (M&A) com informações obtidas dos diferentes pontos de vista de uma intervenção (gestores, beneficiários e avaliadores). Os gestores e o público beneficiário de determinada política também podem colaborar em todas as etapas do processo avaliativo para além da equipe avaliadora especializada: do diagnóstico do problema, passando pela definição dos objetivos da intervenção, até a coleta de dados e disseminação de resultados. 

Essa abordagem promove a cidadania e a escuta ativa, garantindo que as recomendações finais sejam mais autênticas e implementáveis. No entanto, isso não deve diminuir o rigor teórico e metodológico ao longo do processo. Portanto, é fundamental estar atento e capacitar os atores envolvidos para garantir a qualidade da avaliação. 

Como incluir nas diferentes fases da avaliação?

Na fase de concepção da avaliação, é possível pensar perguntas avaliativas de forma coletiva. Para que essas sejam respondidas, também pode haver a participação das pessoas envolvidas com a política no processo de coleta de dados, sejam agentes públicos ou a própria população beneficiada.

Por exemplo, para a coleta de dados através de um questionário, moradores de áreas próximas da intervenção podem ser selecionadas (e treinadas) para realizar a coleta de dados. Dessa forma, é desenvolvida a participação cidadã e criado um momento de escuta entre e para beneficiários.

A coleta e análise de dados levam aos achados e conclusões das avaliações. As recomendações precisam ser construídas e discutidas por toda a rede participante do processo avaliativo, pois, ao envolver todas as partes interessadas desde o início, as sugestões de aprimoramento têm maior potencial de serem ouvidas e implementadas. 

Contudo, a maior participação não deve diminuir a atenção para uma metodologia robusta. Para que todo o potencial da Avaliação Participativa seja utilizado, é essencial que todos os envolvidos sejam capacitados para garantir o rigor científico necessário durante o processo. Na coleta de dados, por exemplo, a equipe responsável deve receber treinamento adequado para assegurar a qualidade das informações obtidas. 

A Avaliação Participativa complementa o trabalho dos avaliadores e da sociedade, oferecendo maior autenticidade aos resultados da avaliação, estabelecida através do empoderamento, propriedade e troca de aprendizados entre todos os participantes do processo avaliativo. 

Quer saber mais? 

A pesquisadora do FGV EESP CLEAR, Priscilla Bacalhau, abordou o tema em sua coluna na Folha de S. Paulo: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/priscilla-bacalhau/2024/05/politicas-publicas-precisam-de-avaliacao-participativa.shtml 

Confira a mesa que o FGV EESP CLEAR promoveu sobre avaliação participativa na América Latina na Semana da Avaliação gLOCAL 2024

 

INSCREVA-SE PARA RECEBER NOSSA NEWSLETTER.