A pobreza multidimensional no Brasil sob a ótica da PNAD Contínua 2017
Este trabalho tem como objetivo avaliar a incidência de pobreza no Brasil baseada em critérios observados nos domicílios, sintetizados em um indicador multidimensional de pobreza. A partir de metodologias análogas às utilizadas pela literatura se constrói um índice sintético de múltiplas insuficiências nos domicílios, que no agregado variam de zero a 100. Assim, são considerados pobres aqueles com indicador superior a 40, enquanto são classificados como extremamente pobres aqueles que pontuam acima de 60. Estima-se, portanto, uma taxa de incidência de pobreza multidimensional no Brasil de 17,3% em 2017, enquanto aqueles sob condição de extrema pobreza são 4,1% da população. Desagregações mostram que a população masculina, não-branca, residente em áreas rurais e periféricas é a que sofre maior incidência de pobreza multidimensional, assim como as regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas.