ENTREVISTA: CLEAR e Instituto Ambikira realizam oficinas de Teoria da Mudança para organizações sem fins lucrativos

Pesquisadores do CLEAR realizaram uma série de oficinas colaborativas para desenvolver Teorias da Mudança com 24 ONGs apoiadas pelo Ambikira. A Teoria da Mudança é uma ferramenta importante para planejar e gerir programa sociais, pois permite visualizar como intervenções podem alcançar os resultados e impactos esperados. Além disso, possibilita uma reflexão crítica sobre a lógica da intervenção. Isabel Aché Pillar, diretora do Instituto Ambikira, fala sobre a experiência e os próximos passos.

Como surgiu a demanda pela formação em Teoria da mudança? 

O Instituto tem uma grande preocupação com a mensuração do impacto social e como aprofundar a qualidade do acompanhamento dos projetos. Tem se tornado cada vez mais importante ter maior segurança de que estamos direcionando os recursos nos projetos que possam trazer maior retorno desse investimento social. Junto com o FGV EESP CLEAR, compreendemos que, antes de falarmos de avaliação de impacto, é fundamental termos teorias de mudança bem estruturadas e de qualidade. Então, este ano entendemos que seria o momento certo para trabalharmos na teoria da mudança de forma colaborativa, todo mundo colocando a mão na massa, envolvendo as organizações e contando com o apoio do CLEAR.  

Quais são as expectativas da Ambikira em relação ao desenvolvimento dos parceiros após a elaboração de suas teorias da mudança? 

A ideia é que a Teoria da Mudança seja uma ferramenta de gestão do projeto e da sua implementação, possibilitando a replicação desse modelo para outras iniciativas seguindo a mesma lógica. Queremos que as organizações possam aplicar essa abordagem em outros programas que desenvolvem. Com isso em mente, podemos avançar agora na discussão do painel de indicadores e de mensurar o impacto social com um rigor técnico. 

O que te chamou mais a atenção no engajamento durante as oficinas? 

Desde o início, vocês do CLEAR colocaram que a participação ativa é fundamental para que a construção seja efetiva. Dessa forma, as organizações se apropriam do resultado e os aplicam em suas rotinas. E assim foi feito! A adesão das organizações foi fundamental no processo. Os profissionais das organizações dedicaram seu tempo e se conectaram verdadeiramente com o que estávamos propondo naquele momento. O engajamento de todos e a dinâmica de forma colaborativa permitiram não só aprimorar a teoria da mudança do projeto em si, mas também incitou outros questionamentos e trocas dentro dos próprios times.  

Agora, há o desafio de garantir a continuidade e a utilização prática do que foi desenvolvido. Por isso, o engajamento visto durante o processo e a evolução observada são tão importantes e devem ser mantidos. 

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