Curso de avaliação de impacto do PRiME é realizado pela primeira vez em português
Gestores públicos, profissionais, consultores e acadêmicos envolvidos com monitoramento e avaliação (M&A) de programas rurais começaram a primeira edição em português do curso de avaliação de impacto do Programa de Monitoramento e Avaliação no Setor Rural (PRiME). O programa, que teve início segunda-feira (22/2) de forma remota, é fruto de parceria do Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona (FGV EESP Clear) com o Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para a América Latina e o Caribe (Clear LAC), a Iniciativa Clear, o Escritório Independente de Avaliação do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Programa Semar Internacional (PSI) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
A formação busca estimular governos a construir capacidades em avaliação de impacto aplicada ao desenvolvimento rural e é baseada em boas práticas e experiências de campo do Fida, agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Serão dez dias de formação e troca de experiências entre facilitadores, gestores de projetos apoiados pelo PSI e bolsistas selecionados pelo Clear.
“A avaliação de impacto nos permite atribuir causalidade e falar se um programa específico teve, de fato, uma mudança significativa na vida das pessoas. É o complemento natural ao fim do ciclo da política pública. Depois da implementação, certamente a gente quer saber se o programa teve impacto”, resumiu Lycia Lima, vice-diretora do FGV EESP Clear e uma das idealizadoras do curso.
Leonardo Bichara, representante no Brasil do FIDA, frisou a importância do curso entre os objetivos da organização para fortalecer e dar visibilidade aos resultados de políticas e programas para o meio rural. “Esta parceria com o Clear foi muito bem sucedida e permitiu que nossos projetos viajassem para outros países e tivessem contato com outros modelos de técnicas de M&A e trouxesse um pouco disso para o Brasil”, disse Bichara.
Gabriela Pérez Yarahuán, diretora do Clear LAC e responsável pelo PRiME, contou um pouco da história da iniciativa, que existe há cinco anos e contabiliza participantes de mais de 80 países. “Temos que assegurar que o que façamos no futuro seja o melhor que pudermos fazer”, comentando sobre o cenário de crise global em decorrência da pandemia de covid-19.
Rodolfo Daldegan, gestor de projetos do IICA e responsável pelo projeto Semear Internacional, além de parceiro na organização e também aluno do curso, destacou que a “avaliação de impacto é necessária em todos os projetos de desenvolvimento rural”, pois é uma ferramenta que contribui para a construção de políticas públicas efetivas e para a mensuração de seus impactos.
Os instrutores responsáveis por essa primeira edição em português do PRiME são Eduardo Cenci e Rodrigo Oliveira. Cenci é doutorando em economia agrícola e aplicada pela Universidade de Wisconsin-Madison e mestre em economia pela Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP). Oliveira é professor de economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) com doutorado em economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador associado do FGV EESP Clear. Gabriel Marcondes, Lara Mesquita e Marina Ribeiro, pesquisadores do Clear, estão na equipe de apoio do curso.